domingo, 13 de dezembro de 2009

Pra me despedir...



Faltou luz, meu bem. Fica conversando comigo até voltar. Recebi correspondência: não consigo ler direito à luz de velas. Ih, e se entra um bicho? Melhor fechar a janela.

Se lembra quando a gente escreveu que os nossos sonhos não se esquecem da gente? E de quando ficou em pé olhando o mar e esperando ele se decidir se queria ficar perto ou longe? O que foi que ele escolheu? Até hoje não descobri. Estava chovendo uns pingos grossos que molharam o papel onde escrevemos sobre os sonhos, daí deixamos lá, ficamos vendo eles se diluíram metade na chuva, metade no mar.
A fome era muita: cantarolamos umas marchinhas de carnaval pra enganar o estômago. não foi? Depois juntamos as coisas e fomos embora, a areia grudava no pé e até hoje não consegui tirar tudo o que ficou preso em mim daquele dia.

Mas tudo isso, isso tudo, pra me despedir.

Comemora por mim a passagem do ano, que já passou e foi tão de mansinho que a gente não notou. E, por favor, me manda perguntas e um iluminador... Pra eu ver se eu aprendo, de uma vez por todas, o que é indispensável nos dias de hoje.
E também o que eu tenho que saber, sobre esse troço volátil que é a vida.

1 comentários:

Anônimo disse...

Com quantas lágrimas se diz adeus?