O lado de dentro.
Nossa... a gente diz tanta bobagem. (Quanta besteira, quanta merda um indivíduo precisa falar pra estar exatamente onde quer estar? Acho que não precisei falar muito.)
Faz sentido. A noite, a dor, a textura espumosa e consistente da história futura. As condutas indefinidas. Os planos, dependentes de milhões de fatores inconsistentes. Mas o que aconteceu? Ah, o que aconteceu... Isso sim é que cala as interrogações. Eu não sei se foi no momento certo ou se o resto todo é que estava por demais errado. Mas encaixam, as proporções, as vontades, os cotidianos cinzas ou ensolarados, tanto faz, nem sempre há paz. Qual o plural de paz?
Os bilhetes, os jantares, os filmes e as surpresas, os banhos e as rotinas, os bom dia's, o papo de elevador e carona, tudo se estabelece, como em qualquer lugar do mundo. É fácil e completo, quando você vê já está dentro. E é por isso que eu fico repetindo insuportavelmente que nunca é tarde. Nunca é. Pra mudanças ou pra reafirmações. Vivendo e morrendo é isso o que a gente compra quando decide buscar essa coisa que não sabe o que é. Mas é um preço e muitas vezes não sobra troco e se volta pra casa sem nada, sem nada palpável, mas com tanto, tão grande que não coube em nenhum lado a não ser o de dentro. E é onde vai ficar. Por muito tempo.
Então dance. Mas não me chame. Porque eu danço sozinha. Posso dançar na sua frente, você vai rir, eu vou fechar os olhos e rir também, mas danço só. E descobri que é assim, exatamente assim, que se descobre o mundo.
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