quarta-feira, 6 de agosto de 2008

P.S

Pela primeira vez imaginou como será a vida realmente só.
Teve medo.

Pensou na menina romântica da mesa do bar, lembrou de sua pergunta e viu que talvez ela tivesse razão...
Afinal, o que falta?

(Não sabe. Nunca saberá.)

Naquele instante só conseguia lembrar daquilo que sobrava...
O amor latente se desesperando dentro dela.
A dor e a angústia que essa ausência anunciada trará.
As coisas lindas que ainda precisavam ser vividas, mas que não serão.
Nunca mais.

(Sem o outro um pouco do tudo perderá o sentido.)

Naquele instante só conseguia pontuar os momentos da vida em que foi mais feliz, e descobriu que quando se enxergava nessas horas, o outro também estava lá.

(E agora, como vai ser?)

Num cúmulo de ousadia e apego, quis guardar o cheiro, quis ter pra sempre o gosto, quis tatuar no corpo cada parte do dele que ela nunca mais vai conseguir esquecer.

Quis saber onde o tudo dele foi parar.
Onde o amor, que era tão magicalmente essencial se escondeu... e por que é que ele agora não conseguia mais encontrar.

A dor foi anestesiando o desespero e a vontade de que tudo não passasse de um sonho ruim. Mas as lágrimas que lhe banharam a face foram de um gosto salgado a amargo pôr pra fora aquilo que ela já não podia mais guardar.

(O amor de dois quando passa a ser de um só, se não for expurgado intoxica e mata.
Então ela decidiu chorar.
Então ela escolheu viver.)

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